quarta-feira, 21 de junho de 2017

Dos mistérios da coruja e da pulga

A coruja semicerra as pestanas de azeviche enquanto as suas pupilas memorizam os sinais exteriores de uma inteligência fugaz. A pulga que saltita de folha em folha disserta sobre as palavras que não ouve e explana, em frases de finíssimas filigranas, o conteúdo de existências banais e a longevidade dos seus silêncios inexplicáveis, à luz da condição humana. A coruja é a imaginação da lucidez e a, pulga, o veículo da sua arquitetura. A elasticidade da pulga é o forno de uma linguagem que a coruja decifra e arquiva nas ramificações dos seus mistérios. A revelação dos seus sinônimos é a semente do tempo que se vive.

Bellaria-Igea Marina, 21 de Junho de 2017.

Por Renato Cresppo

Nenhum comentário:

Postar um comentário